Porta-voz da Santa Sé reconheceu afastamento de integrantes da Igreja em Arapiraca
O Vaticano reconheceu nesta terça-feira que existem casos de abuso sexual de menores cometidos por sacerdotes em Alagoas, indicou o porta-voz da Santa Sé, padre Federico Lombardi, à agência de Notícias France Press. "Eram padres", afirmou Lombardi ao se referir à denúncia de que dois monsenhores e um padre de Arapiraca estariam envolvidos em suspostos casos de pedofilia.
O porta-voz do Vaticano reconheceu que dois dos três religiosos citados possuíam o título honorífico de "monsenhor", embora fossem simples padres, o que a Igreja consente em casos particulares. "Foi confirmado que nenhum dos três envolvidos era bispo. Um deles foi afastado da paróquia e será julgado pela justiça civil", disse Lombardi.
"Os outros dois foram suspensos de suas tarefas eclesiásticas e estão sendo submetidos a um processo canônico por suspeita de pedofilia, mas até agora negam tudo", acrescentou o porta-voz do Vaticano.
Este foi o primeiro caso denunciado recentemente na América Latina após a série de escândalos por pedofilia que afeta vários países da Europa, entre eles Alemanha, Irlanda, Holanda, Suíça e Áustria.
Afastamento
Nesta segunda-feira, a Igreja afastou no final de semana passada das funções eclesiásticas "dois monsenhores e um padre", depois de terem sido acusados de pedofilia por coroinhas e por seus familiares.
Um vídeo mostra um dos dois "monsenhores", Luiz Marques Barbosa, de 82 anos, no momento em que mantém relações sexuais com um jovem de 19 anos. A gravação foi feita em janeiro de 2009 por outro jovem que também teria sofrido abusos.
O jovem contou que desde os 12 anos, quando entrou para a Igreja, era alvo do assédio sexual do monsenhor. O caso consternou a opinião pública brasileira e gerou uma onda de denúncias de novos casos na imprensa e na polícia.
De acordo com o advogado do "monsenhor", Daniel Fernandes, as relações sexuais filmadas eram consentidas e rejeitou que se trate de pedofilia. Ele assegurou que os jovens tentaram extorquir o religioso e até assinaram um documento no qual se comprometiam a não divulgar o vídeo em troca de dinheiro.
Os outros dois sacerdotes também negam que tenham abusado de menores.
Fonte: Redação do tudonahora.com.br com AFP
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