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segunda-feira, 20 de abril de 2009



SER CONSELHEIRO TUTELAR

Bons tempos. Resumidamente, estas são duas palavras que sintetiza como fora os três anos em que eu, Manoel Vieira, Maria Luciene, Maria Edilene e Francisco Domingo atuamos na primeira gestão do Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente de Carneiros.

No Conselho Tutelar, Lá dentro, em meio a problemas dos mais simples aos mais dramáticos envolvendo crianças e adolescentes, eu tive a oportunidade de fazer grandiosas amizades, a começar pelos colegas Conselheiros. Foi uma fase de minha vida em que me fora proporcionadas ótimas experiências no âmbito envolvendo o ser humano.

AS EXPERIÊNCIAS VIVIDAS
Conheci algumas cidades alagoanas, pois quase sempre íamos aos fóruns bem como outros encontros referentes aos interesses das crianças e adolescentes do nosso Município. Tive o prazer de conhecer autoridades como, por exemplo, a Promotora Drª Tânia Cristina G. C. Nascimento, que nos orientou a todo o momento, fosse dia ou noite. Encontrei-me com personalidades municipais e estaduais das três esferas: Executivo, Legislativo e Judiciário. Construi relações fortes de respeito mútuo.
“Atuar na defesa de crianças e adolescentes é uma tarefa de total relevância na comunidade” – palavras da Promotora Drª Tânia, em um de nossas reuniões.
Confesso e não me envergonho: os meus colegas Conselheiros e eu - por vezes – tivemos discussões, algumas destas por bobagens, outros por divergências de opiniões, em fim, tínhamos um relacionamento bem parecido ao de uma família que se ama e que às vezes se desentende.
Particularmente, eu tive pequenos desentendimentos com todos os colegas Conselheiros. Sim, com todos. Mas sempre a harmonia e entendimento prevaleciam pouco depois das discussões, pois não havia espaço para o individualismo e nem para o egoísmo. Não podíamos jamais ser maiores que a Instituição Conselho Tutelar.
Lembro-me que, por vezes, fomos ameaçados por pessoas que queriam ignorar o ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente, mas nunca desistimos de nossas atribuições. Agimos de forma igual para com todos, fosse branco ou negro, pobre ou rico. Poucos sabem, mas o fato é que nós passamos por dificuldades enormes que somente nós e o Governo da época possivelmente sabíamos:
Na minha ótica e, de forma inteiramente resumida, assim descrevo os colegas ex-Conselheiros quando na atuação de suas atribuições:
Maria Luciene: Uma incansável combatente. Portadora de um entusiasmo pouco encontrado. Nela certamente há um potencial que ainda não foi totalmente explorado.
Manoel Vieira: um filósofo das causas comunitárias. Naturalmente rico em sabedoria popular e de um perfil voltado à simplicidade. Com ele o diálogo flui com naturalidade.
Maria Edilene: Constituída de personalidade forte. Dona de um senso de justiça louvável e de um estilo de atuar autêntico e determinado.
Francisco Domingos: um interlocutor que, na atuação de divulgação e organização de atividades variadas demonstrou ser de uma importância relevante.

OS RESULTADOS
Fomos elogiados pelas autoridades por onde passávamos.
Respeitamos a Instituição Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente e, por este e outros motivos, fomos respeitados pela comunidade. Comunidade esta que, aos poucos, começara a entender que ser conselheiro Tutelar não era exercer papel de polícia nem de Juiz. Se bem que até hoje lamento em não ter a certeza do entendimento, por parte da maioria da população, do que venha a ser um Conselho Tutelar.
Ainda preservo em minha mente recordações de muitas ocorrências. Algumas tristes, outras ainda mais e outras sem muito ter o que comentar.

O PROCESSO DE ESCOLHA DOS CONSELHEIROS
A primeira eleição para Conselheiro Tutelar foi algo simplesmente incrível! Foi um momento de pura e verdadeira demonstração de democracia. Quem quis votar votou por acreditar no candidato. O dinheiro não teve vez. O povo ainda não tivera sido contaminado pelas “ofertas” indecentes e imorais de dinheiro pelo voto. Foi tudo de acordo com a Lei. Por incrível que possa parecer, nem a classe política envolveu-se no processo de escolha dos Conselheiros Tutelares.
Dentre muitos candidatos, os cinco eleitos foram:
- Um agente administrativo – Eu, Edson Marques;
- Um Agente Comunitário de Saúde – Manoel Vieira;
- Duas Professoras – Mª Luciene / Mª Edilene;
- Um Locutor – Francisco Domingos.
Todos esses cidadãos, agora eleitos democraticamente pela comunidade para exercerem atribuições de Conselheiros Tutelares, passaram por um processo preparatório afim da execução de suas atividades. Tivemos estudos com o Juiz da Comarca de São José da Tapera/AL, vários encontros com a Promotora, inúmeros fóruns presididos pelo Presidente Estadual dos Conselhos Tutelares de Alagoas. Em fim, passamos por períodos de preparação fundamental ao nosso aprendizado.

O ORGULHO DE SER CONSELHEIRO TUTELAR
Seja pouco ou muito, o fato é que entramos para história de Carneiros como sendo os 1ºs Conselheiros Tutelares dos Direitos da Criança e do Adolescente deste Município.
A prova do nosso trabalho sério e atuante só pode ser realmente comprovada de três formas possíveis. A saber:
- Por nós ex-conselheiros;
- Por aqueles que precisaram da atuação direta do Conselho Tutelar na época e;
- Pelos registros contidos nos Livros de Ocorrências, hoje arquivados sob a responsabilidade do atual Conselho Tutelar dos Direitos da Criança e do Adolescente.

AGRADECIMENTOS
Registre-se aqui a minha declaração pública de profundo e humilde agradecimento a todos aqueles cidadãos que me deram a valiosíssima e inesquecível oportunidade de exercer dignamente por três anos as atribuições pertinentes de Conselheiro Tutelar. Também, ficam registradas aqui as lembranças de belas amizades construídas neste período e que continua para sempre, principalmente com os colegas ex-Conselheiros Tutelares. Obrigado!

A PROPÓSITO
Tive o enorme prazer de ser informado no dia 19 deste mês, pela agora Presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente, Maria Luciene, que os frutos de nossa atuação quando éramos Conselheiros Tutelares ainda estão sendo colhidos, pois em recente Fórum o presidente dos Conselhos Tutelares de Alagoas, Dr Edimilsom, na ocasião informou a todos da futura doação de um carro 0 Km para a atual Gestão do Conselho Tutelar de Carneiros.
E mais, por telefone e aparentemente muito emocionada, a colega Luciene me dissera que o próprio Edimilsom fez menção pública a nós ex-Conselheiros. Em seguida, o ex-Conselheiro Manoel Vieira, que estava registrando as filmagens do evento, falou-me que naquele momento a primeira pessoa a quem ele quis compartilhar a sua felicidade foi comigo.
Esta foi uma notícia espetacular que me deixou com a sensação de dever cumprido, pois somente eu e os colegas ex-Conselheiros sabemos do desejo da aquisição deste carro e da luta que foi para esta conquista!

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