Um potencial comentarista merece o seu natural destaque

Hoje pela manhã, ao abrir a minha caixa eletrônica de mensagens - e-mail - percebi mais um comentário de um anônimo que tem se destacado pelo modo como usa as palavras.

Entre outras, "Anônimo" disse que o dever da inteligência é surpreender sempre, como também falar e calar na hora correta.

Leia na íntegra o seu comentário que, agora, passa a ser uma postagem:

Anônimo disse...
Carta aberta ao Sr. Edson Rodrigues Agra Marques

Caro Edson, boa noite. Venho aqui dizer, imbuído de alguma tristeza, que esta é a última vez que escrevo no seu blog. Tenho uma gratidão por ti, como cidadão carneirense, de estar escrevendo uns determinados comentários neste blog. Mas sinto que a minha participação, talvez indesejada, acaba por aqui. De uns tempos pra cá, tinha postado alguns comentarios em anonimo ou com o pseudonimo de Observador Carneirense; mais adiante lhe explico por quais razões fazia isto. Percebo que meus três últimos comentários foram, sumariamente, suprimidos. Mas tenho concordado que não fui condizente aos últimos preceitos estabelecidos para postar tais comentários.

Pois bem, caro Edson, vou tentar explicar-te, resumidamente, meus motivos acima citados. Diante do grau de ingnorância, que voce sabe tão bem quanto eu, perpetrado dia-a-dia, em nossa sociedade, por alguns ditos "donos do povo e da verdade", não poderíamos se submeter a uma exposição total. Pois o dever da inteligência é surpreender sempre, como também falar e calar na hora certa. Analogamente, procure saber o contexto histórico da música Apesar de Você, composta por Chico Buarque, na época do regime militar.

A criação deste blog, exercido louvavelmente por ti, foi uma boa notícia que tivemos na nossa cidade. E para classe intelectual que se forma em Carneiros (por que não dizer assim?) está sendo melhor ainda. É porque dentro das limitações já citadas, tínhamos ganhado voz, tínhamos ganhado vez. Mas voce sabe que a dita intelectualidade carneirense, que inclui sua participação, está condenada por esses "donos do povo e da verdade" a querer que se caia no ostracismo e que não se suscinte nenhuma idéia contrária; que tudo se ajuste no mais puro comodismo atual. Então, de algum modo, era viável meu anonimato.

Mas, falando especificamente sobre meu proposito aqui já dito, percebo que a inclusão de dois neologismos meus (Colloridos e Canalheirismos) foi por demais inaceitável e, assim, pudessem estar expostos. Lhe digo mais uma vez, como diria Lima Barreto, que o dever da inteligênciaé surpreender sempre. Pois, dotados de tal maneira, podemos ironizar sem ofender ninguém. Se percebestes bem, os neologismos não era ofensas. Era apenas uma explanação, dentro do que o contexto pretendia, que afirmaria que alguns são iguais aos outros. Então, talvez deste modo, em respeito a vossa moral e de todo mundo, não escrevo mais porque assumo este meu péssimo caráter. E me redimo a querer o perdão de qualquer ofensa, por mim, caracterizada.

Bem, acho que já falei demais, vou ficando por aqui. Mas, desejo a ti, Édson, muitos sucessos em todos seus propostos de vida. Falei que não escrevo mais, entretanto, irei sempre acompanhar seu trabalho.

Desde já, confiante na atenção da leitura desta carta, antecipo meus agradecimentos.

Observador Carneirense

Ouça a música Apesar de Você, de Chico Buarque, a qual "Anônimo" fez referência:

Pois bem, a seguir, esta foi a minha resposta:

Meu caríssimo “Anônimo”,

Li (e reli) atentamente a sua carta dirigida a mim. Confesso que, ao término de cada leitura, me vi tomado por um misto de sensações das quais eu não tenho competência para especificadamente explicá-las, pois eu sentia-me envolvido por rápidos e simultâneos instantes de tristeza, alegria, decepção, agradecimento, incompreensão, satisfação, entre outros.
Meu caro “Anônimo”, perder um raro e assíduo internauta – ainda mais na qualidade de seu potencial intelectual – seria a última atitude que eu, ainda que desprovido de bom senso, faria.

Atuando de tal modo, certamente eu não estaria agindo de acordo com as minhas faculdades mentais normais, nem tampouco de conformidade com o meu conceito sobre o que é e o que não é coerente, adequado, decente, relevante, etc.
O problema que se criou com todo esse inesperado “desconforto” a cerca de seu anonimato está no fato de que sua não identificação deposita automaticamente a mim toda e qualquer responsabilidade moral, autoral e legal, principalmente esta última. E, embora eu sempre esteja de acordo com as suas bem colocadas palavras, já não é mais viável que o seu anonimato permaneça as ocultas. Não percebes que naturalmente conquistou um espaço aqui? Não percebes que este espaço parecia ser teu desde o momento em que eu pensei na criação deste blog?
Assim sendo, resta-me, continuar cumprindo a minha obrigação de propagar incansavelmente este canal democrático. E, neste momento a minha meta - primeiro - é a de conhecê-lo (a) e - segundo - convidar-te a ter uma participação, digamos, mais ativa neste canal de informação e cultura, onde, para tanto, de público, faço um especial convite para que dentro de suas possibilidade aceite ser um colunista do “Carneiros, Nossa Cidade!”.
Com relação a sua decisão de não mais comentar no blog, gentilmente peço que reveja tal posição (a meu ver, isso não me parece ser uma atitude muito inteligente de vossa parte).

Com relação ao seu péssimo caráter – palavras suas – quero acreditar que esta declaração tua tenha sido feita tão somente para dar uma idéia mais forte de seu - talvez - descontentamento para comigo. Mas, o que vejo é que o seu caráter é tão bem aceito e relevante quanto a sua capacidade intelectual.

Neste momento reservo-me a apelar por sua compreensão, somente.

Atenciosamente,

Edson Rodrigues Agra marques

Obs.: não sei exatamente porque motivo, mas, sinceramente falando, gostei (e muito!) quando você me qualificou (embora seja um exagero de vossa parte) como um dentre os que formam a “classe intelectual de Carneiros” – fico agradecido ao tempo em que afirmo que esse título é cabível perfeitamente para ti.