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terça-feira, 8 de setembro de 2009

Jovens brasileiros dispensam o uso de e-mails

E-mail e conexão discada são coisas do passado. Os hábitos online da chamada "geração 90", jovens de 16 a 18 anos que em sua maioria acessam a internet diariamente, mostram que muitas características que há pouco tempo eram válidas para quem se dizia antenado com a tecnologia, hoje ficaram para trás. Para 76% desses jovens, a forma de comunicação via internet mais usada é o Messenger - programa de mensagens instantâneas. O e-mail só é utilizado por, no máximo, 4% desse público. Ouvir aquele barulhinho do modem ao discar para o provedor também é algo fora da realidade de 83% dos jovens da classe C e para 87% dos seus contemporâneos da classe A. Estes dois grupos convergem para o uso do acesso em banda larga.

Dados como esses, que revelam os hábitos dos jovens brasileiros conectados à internet, foram pesquisados em um recente estudo do Instituto Informa para a agência Binder/FC+M. O trabalho - que além de pesquisa quantitativas nas 27 capitais incluiu entrevistas pessoais com jovens de Fortaleza, Curitiba, Rio de Janeiro e São Paulo -, aponta traços dessa faixa de público na web e compara o comportamento desses internautas das classes A e C.

Nas duas classes, a maioria dos jovens acessam a internet diariamente. Na classe A, 72% ficam online todos os dias e, na classe C, essa parcela é de 60%. Mas o mundo virtual, onde aparentemente todos os usuários são iguais por trás de um IP (protocolo de internet, uma espécie de registro de cada máquina que acessa a rede), guarda algumas características marcantes que mostram que a classe social influencia no acesso à internet. Até mesmo no que se presume como lugar comum na internet para esse público - por exemplo, a predileção pela rede social Orkut -, há diferenças sutis. Assim observa o diretor de planejamento da agência responsável pela pesquisa, Flávio Cordeiro, ao assinalar que o Orkut, de tão popular que se tornou, já está sendo preterido pelos jovens de classe média alta em favor da rede social rival Facebook. "Se observa uma busca por novas redes sociais, para se diferenciar", relata Cordeiro, em comentário para o jornal carioca O Globo.

Esse detalhe revela muito bem a motivação que há por trás dos acessos à internet, que é diferente para cada classe. Enquanto para a classe C o acesso à rede representa um passo para a inserção na sociedade, para os jovens da classe A isso representa um ato de autoexpressão e entretenimento.

Mesmo com essas divergências de motivação e abordagem, o Orkut é o site mais visitado pelos jovens, com 63% dos acessos de ambas as classes. Em seguida, vem o site de vídeos YouTube - preferido por 8% dos jovens de classe A e por 10% dos da classe C.

Os blogs, populares entre os internautas de uma faixa etária acima dos 16 aos 18 anos, são mais lidos pelos mais jovens da região Sudeste (15%). No Nordeste e no Centro-Oeste, esse índice é de 10%, enquanto que no Norte estão os que menos lêem blogs - somente 4%.

Os downloads de músicas (59%) são mais preferidos pelos jovens da classe A do que pelos colegas da classe C (45%). Mas os jogos são mais baixados pelos usuários da classe C (16%) do que os da A (7%).

Sobre o uso que o jovem faz da internet, concentrando sua atenção mais no Orkut, MSN e YouTube, o publicitário Luiz Santos, da LS Estratégia, critica o que chama de "medianiazação" da qualidade da informação obtida na rede. Para ele, por conta da grande enxurrada de informação que qualquer um pode publicar na internet, o material de qualidade acaba perdendo seu espaço. "Existe uma retroalimentação que vai medianizando", comenta. "Assim, os emissores de opinião de qualidade tem de buscar um nicho específico", avalia. A dica é válida, a não ser que o objetivo seja comunicar-se com essa legião de novos e potenciais consumidores que fazem a "geração 90".

REDES SOCIAIS
Usuários são mais descuidados

Enquanto a maioria dos usuários de redes sociais como Twitter, Orkut e Facebook dizem se preocupar com problemas de segurança na internet, menos de um terço se protege contra ameaças online. É o que constata a pesquisa "Bringing Social Security to the Online Community", conduzida pela empresa de software de segurança gratuitos AVG e pelo CMO Council.

Os participantes do estudo indicaram preocupação com o crescimento de ataques de phishing, spam e malware e quase 50% estão muito preocupados que sua identidade seja roubada em uma comunidade online. Mas, de acordo com o resultado, a maioria não executa medidas básicas de segurança em das redes sociais. O estudo constata que 64% raramente ou nunca mudam as suas senhas e que 57% raramente ou nunca ajustam as configurações de privacidade dos serviços utilizados.

"Os usuários das redes sociais estão crescendo globalmente. As ameaças e as vulnerabilidades também estão se desenvolvendo nessa escala", diz Donovan Neale-May, diretor-executivo do CMO Council. "As violações freqüentes nos sites de redes sociais são um testemunho da necessidade de uma atitude mais preventiva", diz.

Para Mariano Sumrell, diretor de marketing da Winco, que representa a AVG no Brasil, os perigos enfrentados pelos usuários brasileiros são os mesmos do resto do mundo, com a diferença de que aqui o uso de redes sociais é muito maior do que lá fora. "Segundo dados do Google, somente em maio 75% dos internautas acessaram o Orkut. É preciso saber se proteger, já que essa rede social também está sujeita a códigos maliciosos e phishings", afirma.

Entre as principais recomendações para evitar problemas, estão nunca digitar ou divulgar dados pessoais (como documentos pessoais, senhas, registros bancários ou médicos) nessas redes, mudar a senha ao menos uma vez por mês, não permitir que outras pessoas acessem redes sociais do seu computador e nunca deixar habilitada a opção de salvar automaticamente as suas senhas.

Vulnerabilidade

64% dos usuários raramente ou nunca mudam as senhas
64% clicam em links oferecidos por outras pessoas
26% compartilham arquivos por meio das redes sociais
21% aceitam contatos de pessoas desconhecidas
55% sofreram ataques de phishing
7% foram vítimas de malware
20% tiveram sua identidade roubada

PREFERÊNCIAS
Sites ´adultos´ atraem 4% de internautas

A parcela de usuários da internet que acessam sites com conteúdo "adulto" é de 4%. O percentual é menor do que nos Estados Unidos, onde 7% dos internautas acessam esse tipo de site. Os dados são de uma pesquisa realizada pela empresa Hitwise no período de junho a agosto deste ano.

O que atrai mais acessos no Brasil são os sites de redes sociais - como Orkut, Twitter e Facebook -, segundo o diretor da Hitwise e especialista em comportamento online Bill Tancer. A pesquisa aponta que os sites de redes sociais representam 62% do tráfego da internet no Brasil.

De acordo com a Hitwise, o site de buscas do Google Brasil é a página mais acessada pelos internautas brasileiros. Em seguida vêm outros sites que também pertencem ao Google: Orkut, Google e YouTube.
Fonte: Diário do Nordeste

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