O monsenhor Luiz Marques Barbosa, de 83 anos, preso no último domingo por determinação do juiz Rômulo Vasconcelos, deixou a cela especial, na sede do 3º Batalhão de Polícia Militar (BPM), em Arapiraca, para ficar detido em casa. O advogado do religioso, Edson Lucena Maia Neto, teve o pedido de prisão domiciliar para o seu cliente deferido pela Justiça e ainda aguarda a revogação da prisão preventiva, que deve ser analisa posteriormente pelo juiz Rômulo Vasconcelos.
A informação de que o monsenhor saiu da carceragem nesta tarde foi confirmada pelo próprio advogado. Segundo ele, o religioso foi comunicado no final da manhã e não esboçou qualquer reação.
“Ele está muito abatido com tudo o que aconteceu. Consideramos uma arbitrariedade o que fizeram contra ele”, opinou Edson Maia. Para o advogado há também excessos e muitas falhas no teor das denúncias formalizadas durante os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia.
“O que existem são três denunciantes que acusam o monsenhor Luiz Marques de prática de abuso sexual quando eles ainda eram menores de idade. E o que existe de provas é o mínimo. Um vídeo gravado em que os dois personagens são maiores de idade. Portanto, a denúncia dos ex-coroinhas estão sem fundamento, haja vista que eles não tem como comprová-las”, explicou Edson Maia.
O advogado reafirmou que os ex-coroinhas tentaram extorquir o líder católico quando fizeram um documento cobrando o pagamento de R$ 32 mil para que o vídeo não fosse veiculado. Tanto os rapazes como o religioso assinaram o papel.
“Padre Edilson não está bem psicologicamente”
Sobre o posicionamento do padre Edilson Duarte ao confessar, em seu depoimento, que mantinha relações sexuais com os adolescentes e que a prática também era feita pelos padres acusados, o advogado do monsenhor disse que foi surpreendido. “As declarações dele durante a CPI nos surpreenderam bastante. Ele não está bem psicologicamente”, comentou.
“Ele iria viajar para Roma, revela o advogado”
A prisão preventiva do monsenhor Luiz Marques teve fundamento em um único motivo. O juiz Rômulo Vasconcelos constatou que o religioso tirou em janeiro um passaporte e que poderia deixar o país para fugir das acusações de pedofilia. No entanto, o advogado Edson Maia explicou que o documento foi renovado para que o monsenhor, assim como vários líderes católicos, viajasse para Roma, no dia 8 de junho próximo, para participar do encerramento do ano sacerdotal.
“Ele já tinha um passaporte, mas estava muito velho e precisava ser renovado. Fez isso com a intenção de participar do evento na Itália e não para fuga, como entendeu a Justiça”, argumentou.
Delegadas
Edson Maia disse ainda que o seu cliente ficará em casa aguardando os desdobramentos do caso. O próximo passo, segundo ele, será o início de mais uma série de depoimentos para as duas delegadas da Polícia Civil de Alagoas que presidem o inquérito, Maria Angelita e Barbara Arraes. As oitivas ainda não foram marcadas.
“O trabalho investigativo da CPI foi excelente, mas não substitui o inquérito policial, apenas dão mais fundamento. Vamos, agora, aguardar a convocação das delegadas para o depoimento e atestar que as provas de pedofilia contra o meu cliente são muito falhas”, diz o advogado.
Ainda segundo ele, a prisão temporária do motorista José Reinaldo e da empregada doméstica Maria Isabel também foram arbitrárias. Na avaliação dele não houve falso testemunho, tendo em vista que os depoentes não se contradisseram durante a oitiva. “Eles deram apenas uma versão e não duas, como caracteriza o falso testemunho. Foi um erro de quem decretou a prisão”, entende.
Os três receberam voz de prisão no final da tarde deste domingo (18), após prestarem depoimento aos senadores que integram a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pedofilia. O motivo da prisão do monsenhor, acusado de molestar ex-coroinhas, de acordo com o juiz Rômulo Vasconcelos, foi a possibilidade de fuga para outro país.
“Ele requereu a expedição de um passaporte recentemente e, portanto, decretei a prisão”, explicou o magistrado, assim que tomou a decisão. O motorista e a doméstica foram presos por terem mentido durante o depoimento, segundo esclareceu o senador Magno Malta, presidente da CPI da Pedofilia.
De acordo com ele, os dois tinham conhecimento dos abusos sexuais a ex-coroinhas cometidos pelo religioso e decidiram se esquivar quando foram inquiridos.
Desde que as prisões foram decretadas, o advogado do monsenhor Luiz Marques tentava reverter a situação e fez o pedido para que o seu cliente ficasse detido em casa (prisão domiciliar). Ele argumentou que o líder católico era um idoso e não representava risco para a sociedade.
Fonte: ojornalweb.com
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