Situação precária de atendimento aos pacientes foi denunciada pelo Sinmed
O caos na saúde pública de Alagoas foi denunciado pelo Sindicato dos Médicos (Sinmed), num relatório divulgado à imprensa, na manhã de ontem. O documento que contém 26 itens e várias fotos revela a situação de desordem e desrespeito à vida na qual o serviço público de saúde se encontra. O balanço foi criado após o relato dos próprios médicos que trabalham diariamente nos hospitais públicos de urgência e emergência do Estado. A Secretaria de Estado da Saúde contestou, durante a tarde, as denúncias.
Os médicos descrevem situações comuns no dia-a-dia de trabalho e enumeram desde problemas como a falta de médicos e condições éticas de trabalho, a casos de falta de assistência à população, além do descaso do governo estadual que sabe da situação e não faz nada para mudar. Eles chegam ao extremo e afirmam que “paciente sair vivo do HGE [Hospital Geral do Estado] é mero acaso”. Sem contar nos casos dos profissionais que acabam adoecendo por ter que escolher quem deve ser operado primeiro e ver o outro paciente morrer por falta de atendimento.
“No HGE morre paciente na fila de espera para o centro cirúrgico; por falta de diagnóstico, porque o médico que deveria atendê-lo estava ocupado com outros doentes; morre paciente porque foi deixado num colchonete no chão, no meio do tumulto da área vermelha, e ninguém se deu conta da sua presença; morre porque adquiriu infecção hospitalar. Todo dia morre gente por descaso, por negligência, por desrespeito à vida por parte dos gestores da saúde e do Estado de Alagoas”. Estas são apenas algumas das denúncias apontadas no relatório apresentado pelo Sinmed, que foi encaminhado, ainda na manhã de ontem, para os ministérios públicos Estadual e Federal, Secretaria de Defesa Social, Defensoria Pública e Tribunal de Justiça.
Excesso de plantão e escassez de médicos
O documento revela ainda a falta de médicos e os muitos plantões que ficam descobertos, principalmente nos fins de semana. “Os médicos estão deixando o serviço público de Alagoas e procurando outros estados para trabalhar. Já não aguentam mais a situação esgotante de trabalho e muitos já pediram demissão. É comum faltar intensivistas nas UTIs do Hospital Geral do Estado e na Unidade de Emergência do Agreste. A cada dia a situação é pior”, afirmou o presidente do Sinmed, Wellington Galvão.
Fonte: ojornalweb.com
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