Mais um padre é acusado de fazer parte do esquema que será investigado pela CPI da Pedofilia
Wadson Correia
Moradores de Arapiraca, a segunda cidade mais importante de Alagoas estão divididos em relação ao que pensam sobre as denúncias do envolvimento de padres em crimes de pedofilia. As vítimas, ex-coroinhas, denunciam que eram obrigadas a participarem com os padres de noites de orgias dentro das casas paroquiais.
Os acusados do escândalo, que virou destaque na mídia internacional e forçou o Vaticano a reconhecer que esse foi o primeiro caso de pedofilia no Brasil envolvendo religiosos, são os monsenhores Luiz Marques Barbosa, Raimundo Gomes Nascimento e o padre Edilson Duarte, já afastados de suas funções na igreja pelo bispo Dom Valério Breda.
Mas o fato tem causado desdobramentos que não eram esperados e mudado o cotidiano dos arapiraquenses. Na igreja Nossa Senhora do Carmo, bairro Jardim de Maria, o novo padre, Anderson (Foto) protagonizou uma cena de cinema.
Ao ser indagado por nossa equipe de reportagem, o padre se mostrou transtornado e saiu correndo dentro da igreja, antes da missa e ao chegar à sacristia bateu a porta com tamanha violência que assustou os poucos fiéis que aguardavam serem confessados. A reportagem tinha ido até a igreja a fim de saber qual a posição do padre diante do fato de que após as denúncias da chamada Máfia da Pedofilia, as igrejas de Arapiraca começaram a perder os fiéis.
No bairro Alto do Cruzeiro, a dona de uma escola, identificada apenas por Nelma, se disse perplexa com as denúncias, e determinou que o nome do colégio fosse retirado da placa na frente do prédio. A escola que levava o nome do Monsenhor Luiz Marques teve retirada na tarde de ontem da placa o nome de um dos acusados de integrar a suposta quadrilha.
Mas nem só de casos hilários os moradores de Arapiraca estão convivendo. Uma das supostas vítimas dos religiosos e que reside no bairro Alto do Cruzeiro, teve a residência atacada a pedradas por desconhecidos. A família de Fabiano Ferreira foi surpreendida com as pedradas que também atingiram residências vizinhas.
Sem ter a quem atribuir o fato, a família do ex-coroinha aguarda a chegada da CPI da Pedofilia para relatar mais detalhes sobre os padres acusados. Temendo nos incidentes, Flávio evitou falar com os jornalistas que insistiam por uma declaração. “Estou com medo. Não sei o que pode acontecer. Hoje foram pedras, amanhã pode ser um tiro e depois de morto o caso será esquecido”, disse Fabiano ao sair de casa acompanhada por familiares.
Segundo a dona de casa Rosilene Araújo Parreira, o ataque aconteceu durante a madrugada. “Estava todo mundo em casa, na hora que começaram jogar pedras, saímos para a rua, mas não tinha ninguém. Estou assustada, nunca vi coisas desse tipo em minha casa”, falou assustada.
Willianny Aires que também é vizinha de Fabiano aproveitou para desabafar em favor de Fabiano. “É uma pouca vergonha do Monsenhor realizar um ato daquele, nós de Arapiraca estamos arrasados com a comunidade católica”, disse a estudante.
Na noite de ontem, 18, o jornalista Roberto Cabrini revelou em seu programa do SBT, Conexão Repórter o nome de mais um envolvido na Máfia da Pedofilia.
O padre Enaldo, da igreja Coração de Jesus, no bairro Primavera é acusado de beber em bares de Arapiraca na companhia de adolescentes. Ele será ouvido pela CPI da Pedofilia para explicar várias denuncias que envolvem seu nome.
Fonte: cadaminuto.com.br
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